domingo, 30 de setembro de 2012

No Velório do GM LUIS GOMES, Emoção, Lembranças e Pedido de Paz

29/09/2012 11:38 Nadyenka Castro e Luciana Brazil

O guarda municipal Peterson Luis Gomes Terêncio morreu após colisão com carro de passeio na avenida Guaicurus. Motorista irá responder por homicídio culposo


Emoção no sepultamento de Peterson. (Foto: Simão Nogueira)
Guardas municipais fizeram oração pelo colega. (Foto: Simão Nogueira)

Emoção, lembranças e pedido de paz no trânsito marcaram o velório do guarda municipal Peterson Luis Gomes Terêncio, 30 anos, morto após colisão com carro de passeio na avenida Guaicurus, em Campo Grande, na tarde dessa sexta-feira.
No rosto de familiares, muitas lágrimas. No de amigos, além do choro, a indignação por mais um acidente fatal na Capital. Parentes preferiram não conversar com a imprensa e colegas de trabalho e amigos falaram sobre Peterson: Uma pessoa tranquila, trabalhadora, que cursava a segunda faculdade, gostava de pescar, de sair e do motociclismo.
Peterson havia saído da faculdade e seguia para o trabalho pilotando sua Yamaha Fazer. No cruzamento da avenida Guaicurus com a rua dos Democráticos, no bairro Universitário, foi atingido pelo Celta dirigido por Adriana Carvalho de Oliveira, de 32 anos, que irá responder inquérito por homicídio culposo (sem intenção de matar).
Ele foi socorrido para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para a Santa Casa e, segundo a ex-namorada dele, Larissa de Oliveira, 31 anos, chegou consciente no hospital. “Ele me reconheceu”, lembra ela, que é enfermeira no nosocômio.
Larissa conta que estava no Centro Cirúrgico e recebeu ligação da mãe de Peterson falando do acidente. Ela foi até o pronto socorro e lá encontrou o ex-companheiro, que estava na maca e seguia para o raio-X.
Segundo a enfermeira, ele a reconheceu, perguntou do pai e da mãe, reclamou de dores nas pernas, teve parada cardíaca e morreu. “Falei para ele ficar tranquilo”, lembra Larissa. Durante o breve diálogo, Peterson morreu. “Na minha frente”, diz ela, que teve relacionamento com ele durante sete anos; eles tinham terminado há dois.

Peterson tinha mais três irmãos – dois homens e uma mulher -, era guarda municipal há dois anos, graduado em Educação Física e cursava História. Desde que se tornou funcionário público trabalhava no CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) da Vila Gaúcha.
Coordenadora do local, Sandra Mara, 59 anos, lembra que Peterson era “rapaz amigo e companheiro. Educado, de boa família”. De acordo com ela, ele fazia faculdade devido a bolsa de estudos que ganhou por conta da nota no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
Sandra também falou sobre a importância da atenção constante no trânsito. “Para quem está dirigindo, não pode ter nenhum décimo de bobeira”.
O guarda municipal Darci Tomaz de Araújo, 40 anos, questionou a imprudência no trânsito e pediu paz. “Até quando o trânsito vai continuar matando e as pessoas ficando impunes?”. Ele e outros diversos colegas de Peterson estavam fardados.
A paixão pelas duas rodas fez Peterson entrar para o motoclube Pakatos há quatro anos. Jony Carlos, 35 anos, integrante do grupo, fala que o rapaz era querido por todos. “Não tem palavras para expressar o sentimento. Ele era muito bem quisto por todos”.
Amigo de Peterson, o policial militar Diego Nantes, 27 anos, lembra que o motociclista gostava de pescar, de trabalhar, de sair e era uma pessoa muito tranquila.





















Fonte: CAMPOGRANDENEWS

Convite a Todos Guardas Municipais de Folga para a Audiência do ano, onde discute papel da Guarda Municipal

O presidente da Comissão Permanente de Segurança Pública, vereador Alex do PT, solicitou a realização de uma audiência pública na Câmara Municipal para debater a incorporação da Guarda Municipal nas ações de apoio às forças de segurança pública. A audiência acontecerá na quarta-feira (3), a partir das 9 horas, no Plenário Edroim Reverdito.
O presidente da Casa de Leis, vereador Paulo Siufi (PMDB), já havia manifestado a favor dessa providência, também defendida por outros colegas e por amplos setores da sociedade.
O requerente entende ser necessário que a Guarda Municipal receba mais investimentos e medidas de valorização para cumprir papel efetivo e preponderante na segurança das pessoas.
“A Guarda é uma força não-armada, hoje treinada para proteger o patrimônio público e auxiliar nas ações rotineiras. Porém, é preciso potencializar essa responsabilidade devido às demandas da Capital, que registra índices alarmantes de violência e criminalidade”, justificou.
O vereador considera fundamental a audiência pública para, principalmente, oferecer subsídios para a redefinição do papel da Guarda Municipal, inclusive com os ajustes que se fizerem necessários nos dispositivos legais.
Outra discussão importante, segundo Alex, é sobre o uso de armas de fogo ou armamento não-letal pela Guarda. “Creio que com a participação e a presença de todas as autoridades envolvidas na questão, dos representantes da sociedade organizada e dos agentes públicos, poderemos criar uma nova e eficiente alternativa de apoio ao sistema de segurança dos moradores da cidade”, enfatiza.

Fonte: Assessoria/TF

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Fábio Trad alerta para espetáculo na política e cita cientista português


Deputado federal cobra “ação mais cidadã” do legislativo e menos “espetacularização”


Deputado federal Fábio Trad (PMDB), citou artigo para alertar sobre espetáculo no período eleitoral. (Foto: Divulgação)

O deputado federal Fábio Trad (PMDB) alerta para espetáculo na política neste período eleitoral e destaca artigo do escritor e doutor em Ciência Política português João Pereira Coutinho, que trata do assunto.
Preocupado com a boa política e com o exercício das funções inerentes a um cargo parlamentar, Fabio Trad tem cobrado em Brasília ação menos “espetacularizada” e mais cidadã do papel do legislativo.
Como exemplo da importância de menos espetáculo na política, o deputado federal citou o artigo do cientista português publicado na edição desta quarta-feira do jornal Folha de São Paulo.
No artigo, João Pereira Coutinho traça um paralelo entre as figuras públicas que se tornam celebridades políticas da noite para o dia e o resultado direto desta prática: a ameaça de falência do sistema democrático.
Para Coutinho, exemplos desta política de ribalta pululam Brasil afora. Políticos que se transformam em produtos de fácil exportação porque produtos da televisão. “Uma virtude? Longe disso. E os lusitanos deveriam saber, até por experiência própria, que a crise de Portugal também se explica por esse padrão: durante anos, os portugueses não votaram necessariamente nos melhores candidatos. Apenas nos candidatos que tinham maior sucesso midiático. Deu no que deu”, opina.
Coutinho cita Alexis de Tocqueville (1805-1859) e seu alerta contra as "tiranias da maioria" – combatidas com a descentralização política, liberdade de imprensa, reforço do associativismo e separação de poderes – e diz que o pensador francês não contava com a emergência de um novo tipo de regime democrático no século 21: a democracia midiática, “esse sistema que premia os talentos superficiais de um indivíduo (imagem de plástico, discurso populista, sentimentalismo postiço) e ignora as qualidades fundamentais de um líder (coragem, experiência, competência, temperança)”.
Por fim, Coutinho faz um alerta sobre o papel da mídia neste processo, mostrando que ela, se não conduzida com esmero, pode ser um fator decisivo no aprofundamento desta desconstrução do papel da democracia.
“Eis a suprema ironia: a mídia assume-se como o quarto poder, destinado a vigiar e a denunciar os abusos de todos os outros. Mas a própria mídia serve de instrumento, voluntário ou involuntário, para dar luz e palco a personagens que jamais seriam eleitas por suas exclusivas habilitações. O resultado dessa perversidade é que cresce cada vez mais o abismo entre políticos que merecem ganhar eleições.

Fonte: campograndenews

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Em Pesquisa de Nivel Nacional e de Credibilidade, Giroto lidera com 38% das intenções de votos, aponta pesquisa do Ibope





 
Giroto já liderava a primeira pesquisa do Ibope, 
divulgada no dia 16 de agosto (Foto: Elverson Cardozo)

A segunda pesquisa eleitoral do Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) sobre a disputa pela prefeitura de Campo Grande neste ano foi divulgada nesta terça-feira (18).
Conforme o Ibope, o candidato Edson Giroto (PMDB) lidera a pesquisa, com 38% das intenções de votos, seguido pelo candidato Alcides Bernal, que tem 30%. Em terceiro aparece Reinaldo Azambuja, com 11% das intenções.
Já o petista Vander Loubet é o quarto na pesquisa, com 6%. Marcelo Bluma (PV) e Sidney Melo conseguiram, cada um, 1% das intenções de voto. O candidato Suél Ferranti, do PSTU, não pontuou. A pesquisa de índice de rejeição dos candidatos não foi divulgada.
Os votos brancos e nulos somaram 7%, enquanto 6% dos entrevistados pelo Ibope disseram estar indecisos. A pesquisa, que foi encomendada pela TV Morena, tem margem de erro de quatro pontos percentuais e foi feita entre 11 e 13 deste mês, entrevistando 602 eleitores foram na Capital.
A divulgação da pesquisa, que teve a divulgação barrada após questionamento dos candidatos Alcides Bernal (PP), Reinando Azambuja (PSDB) e Sidney Melo (PSol), teve parte dela liberada pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral).
Primeira pesquisa - Na primeira pesquisa do Ibope, divulgada no dia 16 de agosto em Campo Grande, Giroto já liderava, com 37%. Bernal também já era o segundo colocado, com os mesmos 30%.
Porém, a terceira posição era de Vander, que tinha 7%. Logo atrás, vinha Azambuja, com 5%. Bluma, Sidney Melo e Suél repetiram os índices. O total de votos brancos e nulos também foi o mesmo, enquanto o índice de indecisos caiu de 11% para 6%.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Coronel Adib e os votos em fuga...


Fotos Blog do Viegas e Arquivo da PM-MS
Essa quem conta é o colega Maranhão Viegas, que foi repórter da TV Morena (afiliada Globo) e assessor de imprensa da Prefeitura de Campo Grande na gestão do falecido Lúdio Coelho. Há alguns anos morando em Brasília, o jornalista escreveu em 2010 o texto intitulado "Memórias da profissão - votos fugidios" que você lê abaixo...
 
Havia um coronel da Polícia Militar muito famoso, em Mato Grosso do Sul, Adib Massad (foto). Para ele, não tinha bandido bom. Era muito duro no combate aos criminosos, o que ajudou a construir a sua fama. Casos complicados? Chamem o Adib, ele resolve tudo. Às vezes, diziam, utilizando-se de métodos nada convencionais. Mas resolvia.
 
Enquanto esteve no comando do temido GOF – Grupo de Operações de Fronteira, reinava a segurança para uns e o temor para outros. E ele ficou lá por um longo período, ao mesmo tempo, fazendo baixar os índices de roubo, contrabando e tráfico de drogas e, com toda certeza, reduzindo o número de bandidos também. Por muitos anos, naquela faixa de Fronteira entre o Brasil e o Paraguai, o coronel foi a lei.
 
Convivi bem perto dele durante uma semana. Coronel Adib foi escalado para resolver um seqüestro que comoveu a população. Um menino de quatro ou cinco anos, Paulinho, filho de um médico muito querido, que depois viria a ser eleito prefeito da cidade de Cassilândia, passou quase sete dias nas mãos de um grupo de seqüestradores. 
 
Eu era repórter da TV Morena, afiliada da Rede Globo, e fui destacado para cobrir o caso. A comoção pelo seqüestro era tão grande que o governador à época determinou ao secretário de Segurança que transferisse a Secretaria para Cassilândia enquanto as investigações durassem. Sete dias depois de iniciada a caça aos seqüestradores, Paulinho foi solto, são e salvo e os bandidos presos. Nós, jornalistas, conhecemos melhor o coronel Adib sua fama e seus métodos.
 
Tempos mais tarde, de tão famoso na região, o coronel resolveu disputar o cargo de vereador, em Dourados. Foi uma missão difícil. Certa vez, depois de passar o dia em campanha, o coronel resolveu fechar os trabalhos fazendo uma última parada num boteco de beira de estrada, onde um grupo de homens bebia e jogava bilhar. 
 
A imagem do coronel assustava qualquer que fosse a circunstância. Tinha um olho vazado, conseqüência de um tiroteio em que só ele sobrou pra contar a história. O coronel desceu do carro e parou na porta do bar. Um frio subiu a espinha dos que estavam presente. Ele não disse nada e começou a apontar com o dedo, contando em voz alta como quem confirmasse o número de pessoas ali. Havia sete homens, contando o dono do bar. 
 
Adib deu meia volta e foi correndo em direção ao carro. Retornou com sete bonés e sete camisetas nos braços. Mas não encontrou viva alma no boteco. Não houve sequer um corajoso para esperar pela volta do coronel para descobrir o que ele queria. Vai que não fosse para distribuir brindes de campanha? 
 
Mesmo enfrentando esse tipo de dificuldade, naquele ano, o coronel Adib venceu a eleição como o vereador mais votado de Dourados.

10 anos da ocorrência que mais teve repercussão para a Guarda Civil de Cotia.



O seqüestro de Patrícia Abravanel, filha do apresentador Silvio Santos.
Não é raro as pessoas perguntarem sobre o caso do seqüestro da filha do apresentador e empresário Silvio Santos. Foi uma ocorrência de grande repercussão, ganhando destaques em todas as mídias televisivas, rádios, jornais, revistas, internet, a nível nacional e internacional.
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Todo o desfecho iniciou-se com a atuação da GUARDA CIVIL DE COTIA após a guarnição José, Paloni e Ribeiro, se depararem com uma trilha de cal que saía da rodovia Raposo Tavares e seguia em uma estrada por mais ou menos uns 04 quilômetros, depararam com um indivíduo em atitude suspeita, portando rojão e um rádio de comunicação HT, com o tirocínio policial aguçado, perceberam que algo de estranho estava ocorrendo, ao ser indagado pelos Guardas Civis e após cair em diversas contradições, o primeiro individuo detido foi algemado e seria levado a delegacia para averiguação, já que o referido não portava documentos pessoais, momento em os Guardas Civis, resolveram adentrar a uma trilha no mato, quando depararam com vários indivíduos encapuzados e fortemente armados, dando inicio a uma troca de tiros, a qual lograram êxito em deter mais um individuo.
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No local dentro da mata tinha uma clareira, onde havia uma cabana improvisada com lona plástica, garrafas de água, cordas. O que se presume é que o local seria usado para o pagamento do resgate, mas até então, nada havia de concreto com a relação ao seqüestro da filha do Silvio Santos.
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Na delegacia os Guardas Civis levantaram essa possibilidade, e comentaram com o delegado, o qual não acreditou que pudesse ter ligação um fato com o outro. Logo após ocorreram ligações com denúncias anônimas, que possivelmente a filha do Silvio Santos seria trazida para um cativeiro em Cotia. A partir daí que se passou a investigar a relação dos casos, e graças ao profissionalismo, tirocínio e persistência dos Guardas Civis de Cotia, que o caso teve o desfecho que é de conhecimento, conforme matérias da Revista Isto É Gente, Folha Online que seguem abaixo.
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Contradizendo o então Secretário de Segurança de São Paulo, Dr. Marco Vinício Petrelluzzi que em uma de suas entrevistas disse: “A atuação da Guarda Civil de Cotia foi um mero acaso. Além do que, os indivíduos detidos pela Guarda são inexperientes e de baixa periculosidade”. Momentos depois, o comparsa desses indivíduos, mata 02 policiais civis em um flat em Barueri, e logo em seguida foge de um cerco com mais de 100 policiais que estavam a sua caça, retornando para residência do Silvio Santos fazendo-o de refém, na intenção de não ser morto pelos policiais.
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Se esses bandidos eram de baixa periculosidade e portavam metralhadoras, pistolas e no momento do seqüestro um portava até fuzil...O que seria da sociedade se os bandidos fossem de alta periculosidade?!!!
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Mero Acaso??? O fato ocorreu por volta das 22:30h, quantos veículos não passaram por ali, quantas viaturas...??? Mas foi uma guarnição da GUARDA CIVIL DE COTIA que teve a perspicácia de seguir um MERO rastro de cal!
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Em fevereiro de 2002 deixa o cargo de secretário de segurança o Dr. Marco Vinício Petrelluzzi.
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Esta é a minha singela homenagem a todos os Guardas Civis DO BRASIL, nas pessoas dos GCs: Paloni, José e Ribeiro integrantes da Guarda Civil de Cotia, os quais souberam representar e muito bem o profissionalismo dos Guardas Civis que atuam por este Brasil a fora, que atendem desde um auxílio ao público (conduzir uma pessoa ao pronto socorro), a ocorrências de assaltos, furtos, homicídios, desinteligências, roubos, latrocínios, tráficos, seqüestros de vários anônimos que a repercussão evidentemente não é a mesma de uma pessoa famosa, mas para nós Guardas Civis Municipais; atendemos e nos empenhamos com a mesma dedicação profissional.
Saudações Azul Marinho!
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Gilberto Silva
GCM 1ªCL - Cotia / SP.


01/09/2001
Heróis por acaso
Piti Reali
José, Pedro e Miguel, guardas civis de Cotia, enfrentaram com revólveres calibre 38 os seqüestradores armados com metralhadoras: “Nasci de novo”, diz o guarda Pedro
Os amigos Pedro Alves Paloni, 40 anos, 
José Jiquiri dos Santos, 33, e Miguel Ribeiro 
da Silva, 38, sempre viveram grandes 
emoções batendo bola dentro de um 
campo demarcado com cal em Cotia, na 
Grande São Paulo. Guardas civis da 
polícia metropolitana daquele município, o 
que eles não podiam imaginar é que uma 
outra marca de cal – esta em forma de 
trilha – descoberta durante uma ronda na 
mesma região, os levasse ao mais 
 emocionante caso policial de suas carreiras. 
Foi caminhando por cima dessa linha, 
durante uma ronda, que Pedro, José e 
 Miguel prenderam dois seqüestradores de Patrícia Abravanel às 22h30 
 da segunda-feira 27. A trilha de cal foi feita para que o local 
combinado para o pagamento do resgate fosse achado com facilidade.
Os três heróis cumprem o expediente de 12 horas de trabalho por 36 
 horas de folga. Moradores de Cotia, fazem bicos como seguranças 
de supermercados e obras para reforçar o orçamento familiar. 
O paulista Pedro, pai de cinco filhos, está há dez anos na Guarda Civil 
e recebe R$ 600. Na ação, descarregou as seis balas de seu revólver 
 calibre 38. “Nasci de novo”, diz ele. “Os bandidos estavam 
com metralhadora, espingarda calibre 12 e pistola automática. E a gente 
só trabalha com 38. No meio do tiroteio só tinha a viatura para 
nos proteger.” Assim como os colegas, Pedro não foi ferido. Ele, que 
há três anos levou cinco tiros, perdendo um rim e a vesícula, se diverte
nas horas de folga levando os filhos “para passear de fusquinha”.
No tiroteio, que durou cerca de dois minutos, o alagoano de Arapiraca 
 José Jiquiri foi quem mais se machucou. Além de arranhões no 
 nariz provocados por galhos de árvores, ele caminha com dificuldades 
e suspeita que tenha torcido o joelho numa queda durante o tiroteio. 
Entre salário e bicos, o alagoano sobrevive com uma renda de R$ 1,2 
mil mensais e sustenta esposa, que recebe R$ 300 como diarista, e 
três filhos. Com a experiência de doze anos de profissão, José foi 
 baleado uma única vez e não acredita em nenhum tipo de promoção. 
“A gente é reconhecido agora, é elogiado, mas depois de um tempo 
somos esquecidos”, diz. “Quando tudo terminou, a gente se abraçou.”
Pai de dois filhos, o paulista Miguel é o mais novo na profissão. 
Com um ano de Guarda Civil, ele recebe salário de R$ 480. “Sinceramente,
 nunca senti tanto medo na vida. Imagina um cara distante dez passos 
de você, apontando uma arma para sua cabeça!” Passado o susto e com 
a sensação de dever cumprido, os três pensam agora em comemorar 
dentro de campo, ainda esta semana, como conta o alagoano: 
“Vamos bolar um esqueminha, talvez um churrasquinho. Nós 
estamos vivos, né? Para nós essa é a vitória”.
CAPA
PATRICIA ABRAVANEL A mais longa semana de Silvio Santos O seqüestro de Patrícia Abravanel envolveu tensas negociações de resgate, o pagamento de R$ 500 mil, a troca de tiros entre policiais e bandidos e levou Silvio Santos a tomar calmantes, ficar sem comer e pensar em se mudar do Brasil
Juliana Lopes e Rodrigo Cardoso
A alegria entre pai e filha tomou conta na sacada da mansão do empresário no Morumbi na terça-feira 28: no cativeiro, Patrícia bebeu chá, comeu pipoca e jogou baralho com os seqüestradores
“Maaaaaaaãe, paaaaai! Tô aqui”, gritou em prantos Patrícia Abravanel assim que pisou em casa depois de sete dias seqüestrada. Nos braços de Íris, sua mãe, e Senor Abravanel, seu pai, a jovem de 24 anos chorava, soluçava e abraçava a família com a emoção de quem rezou e pediu a Deus para que esse momento chegasse logo. Patrícia recebeu abraços das outras irmãs, de familiares e de amigos próximos a Silvio Santos. Quase vinte minutos se passaram sem que alguém conseguisse falar uma frase por inteiro. “Graças a Deus tudo terminou”, afirmou Íris, que rezou em seguida ao lado da família. “Eu não fui maltratada, não chegaram perto de mim, não me encostaram a mão. Os seqüestradores me disseram que o meu Deus é muito bom”, afirmou, eufórica, Patrícia, 13 horas mais tarde. “Desde terça até agora me senti tão seqüestrado quanto ela”, disse Silvio Santos, 71 anos, ainda emocionado.
Patrícia chegou em casa às 2h50 da terça-feira 28 vestida com moletom claro com capuz, calça jeans e cabelos presos. Pouco antes, os seqüestradores a haviam tirado do cativeiro no bairro do Morumbi, a 10 quilômetros de sua residência. Com os olhos vendados, foi colocada no banco da frente em seu próprio Passat azul importado. Na Marginal Pinheiros, próximo ao Palácio dos Bandeirantes, os seqüestradores pararam o carro. “Me perdoa, princesa”, afirmou um deles. “Conte até 25, tire a venda e vá para casa”, disse outro. Foi o que ela fez. “Não acreditei quando eles me disseram que eu ia embora mesmo sem o pagamento do resgate”, conta Patrícia, que na verdade foi libertada após o pagamento de um resgate de R$ 500 mil.
Silvio, Íris e Patrícia ao fundo: “Elas são evangélicas e eu sou judeu. Minha filha é a pastora Patrícia”, diz o empresário se referindo ao fato de a jovem ter falado sobre Deus com os criminosos
Patrícia ficava sempre com um dos criminosos ao seu lado durante a noite. Nos primeiros dois dias teve um dos braços amarrado. Seu comportamento dócil conquistou a confiança dos seqüestradores, apesar de nunca ter visto o rosto de nenhum deles. “Eles usavam capuz, só os olhos ficavam de fora”, lembra. A jovem conversava muito com eles, pregava a sua crença religiosa e demonstrava compreensão. A alimentação foi garantida. Chegou ao requinte de ter chá e pipoca, apreciados entre conversas, orações, jogos de baralho e dominó. “Você não tem noção da vida que eu levo”, disse um dos seqüestradores à jovem. “Chorei com eles. Seqüestro acontece porque o povo está maltratado. Sinceramente, não gostaria que eles fossem presos. Eu perdôo”, afirma ela.
Patrícia é formada em marketing e faz o primeiro ano do curso de administração de empresas da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), no bairro do Pacaembu, onde freqüenta as aulas acompanhada por seguranças, que ficam no pátio da faculdade aguardando a saída da filha do empresário. Ela é a única das seis filhas do apresentador que trabalha na emissora de televisão do pai, o SBT, na área de marketing. E é a mais velha do casamento com a jornalista Íris Abravanel, mãe também de Daniela, 25 anos, Rebeca, 21, e Renata, 16. No primeiro casamento, com Aparecida Honória Vieira, a Cidinha, que morreu de câncer no final da década de 70, Silvio Santos teve duas filhas: Cintia, de 37 anos, e Silvia, de 33.

Patrícia chega a sua casa no Morumbi às 2h50 da terça-feira 28: abraços e choros
DOIS PRESOS Todo final feliz tem seu herói. Nesta história, há três. Na noite de segunda-feira 27, três guardas civis do município de Cotia, próximo a São Paulo, faziam ronda em um condomínio fechado. Pedro Alves Palone, José Jiquiri dos Santos e Miguel Ribeiro da Silva (leia quadro acima) transitavam em um Gol azul escuro quando viram uma trilha de cal. Poucos metros adiante viram um homem montado em cima de uma bicicleta. Os policiais se identificaram e deram a voz de prisão. A suspeita virou certeza. O homem carregava um rádio comunicador e tinha na bicicleta vários sinalizadores. Foi preso. Mais adiante, outros dois homens, que cobriam os rostos com capuz, fingiram ser da polícia. “Nós é que somos da polícia, não vocês”, retrucou um dos guardas.
Kiko Cabral
O sobrinho de Silvio Santos, Guilherme Stoliar, foi o negociador oficial e falou várias vezes com os seqüestradores por um telefone celular pré-pago
A frase nem bem terminou e os tiros começaram. Os policiais também atiraram, mas não conseguiram prender os outros suspeitos. Voltaram para o carro, onde estava algemado Marcelo Batista Santos, chamado de Pirata, 27 anos. “Os policiais estavam de sobreaviso, viram um cara no meio do mato naquela hora e suspeitaram que havia algo errado”, afirmou o coronel Castelo Branco, secretário de segurança pública de Cotia. No momento da prisão, Marcelo ainda não havia sido relacionado ao seqüestro da filha de Silvio Santos.
Marcelo foi encaminhado para o Depatri, na Zona Norte de São Paulo, a pedido do titular da Delegacia Anti-Seqüestro, Wagner Giudice, que desconfiou do envolvimento do rapaz no rapto de Patrícia. Marcelo acabou confessando o seqüestro e entregou o comparsa Esdras Dutra Pinto, conhecido como André, de 19 anos. Na manhã de terça-feira Esdras foi preso em sua casa, no bairro de São Miguel Paulista. Com ele a polícia encontrou armas, munição, perucas, uma corda, uma camiseta imitando uniforme de carteiro, um exemplar da biografia A Fantástica História de Silvio Santos e uma Bíblia parcialmente queimada. O bando era formado por quatro pessoas. Além de Marcelo e Esdras, ainda estão foragidos seu irmão, Fernando Dutra Pinto, de 22 anos, e a namorada dele, por enquanto identificada apenas como Jennifer, aparentemente grávida, segundo a vizinhança do cativeiro. Apenas os irmãos tinham antecedentes criminais, por porte ilegal de arma.
“Eu fui bem cuidada. Em nenhum momento eu fiquei abalada, sentia que estavam orando para mim’’
A detenção de Marcelo em Cotia interrompeu parte da estratégia de pagamento do resgate. Foram várias as tentativas para se entregar o dinheiro. A primeira delas foi no sábado à noite. Os diálogos continuaram e, no domingo 26, houve outra, em vão. O sobrinho do empresário e ex-vice-presidente do SBT, Guilherme Stoliar, foi quem esteve à frente das negociações. O acerto foi feito em torno da meia-noite de segunda-feira. No trevo da cidade de Jandira, da rodovia Castelo Branco, estava parado um Gol. O familiar entregou a quantia de R$ 500 mil num saco plástico transparente para Fernando, que está foragido e é suspeito de ser o mentor do crime. No início, o pedido foi de R$ 2 milhões. Mas a quantia foi, paulatinamente, sendo reduzida no decorrer das ligações feitas pelos seqüestradores a um celular pré-pago deixado previamente na casa de Silvio, no momento em que a jovem foi levada. “Eles foram inexperientes, tudo indica que foi o primeiro seqüestro deles”, afirmou o delegado Giudice. “Nos afastamos das negociações entre os seqüestradores e a família. Mas continuamos investigando o crime”, afirmou Marco Vinício Petrelluzzi, secretário da Segurança Pública de São Paulo.
Eles pediram para eu escrever uma carta e eu escrevi só coisa boa na carta. Disseram: ‘O que é isso? Você foi seqüestrada!’. Aí acabaram ditando uma para eu escrever’’
Sebastião Moreira/AE
Marco Vinício Petrelluzzi, secretário da Segurança Pública de São Paulo: “Nos afastamos das negociações entre os seqüestradores e a família. Mas continuamos investigando o crime”
As investigações levaram ao cativeiro de Patrícia. A 10 quilômetros de sua residência, a jovem ficou numa casa alugada há 30 dias por um casal da quadrilha e seu carro ficou estacionado na garagem o tempo todo. A casa, na rua Áurea Batista dos Santos, 840, no Morumbi, tem três dormitórios. Patrícia ficou em um deles. Tinha para seu conforto apenas um colchão e uma televisão para distraí-la. “Assistia ao canal Gospel para não saber o que estava acontecendo comigo”, contou Patrícia. Manoel França, um senhor com 79 anos de idade, é o dono do imóvel e também tem uma casa vizinha, onde mora. Fechou por R$ 800 o aluguel mensal com os novos inquilinos. “Não desconfiei de nada e gostei dos inquilinos porque é a primeira vez que pagam o aluguel em dia”, conta. “E ainda pagaram três meses adiantado.”
A polícia descobriu a casa na tarde de terça-feira 28. Lá estavam alguns objetos pessoais de Patrícia. “Pelo que apuramos, eles parecem aventureiros”, afirma o delegado Giudice. Da mesma opinião, compartilha a filha de Silvio Santos: “Eles eram muito jovens e não pareciam experientes”.
Claudio Gatti
“Essa filha me dá um trabalho... devia ter pedido para que os seqüestradores ficassem mais tempo com ela’’ Silvio Santos
Silvio Santos viveu momentos de agonia nos sete dias de negociação. O empresário oscilava entre o medo de ocorrer algo trágico com sua filha, a fúria por se sentir impotente e o desgaste físico. Sofreu com problemas de pressão alta, em função da tensão das negociações.
Claudio Gatti
“Me alimentaram, me deram chá quente, fizeram pipoca para mim. Jogamos baralho, dominó, rezamos juntos e eu chorei com eles’’
Fez um apelo público pedindo, através de uma carta dramática escrita à mão: “A vida da minha filha Patrícia depende da minha palavra empenhada e da colaboração de vocês. Que Deus ouça as nossas preces e que tudo termine bem”.
O empresário recebeu telefonema de Fernando Henrique Cardoso. O presidente da República colocou o Ministério da Justiça e a Polícia Federal à sua disposição. “No que você precisar, estarei aqui para atendê-lo”, disse FHC. Silvio ficou vários dias sem comer direito e sem dormir. Em um dos momentos mais difíceis, precisou de auxílio médico e passou a tomar calmantes leves para relaxar. Íris se apegou à religião evangélica e rezou centenas de vezes no decorrer de cada dia. Chegou a receber amigos da igreja Vida Nova. “Estou muito apreensivo”, desabafou Silvio, no domingo 26, a um amigo.
Assistia só à TV Gospel, para não saber muito do que estava acontecendo comigo’’’
Fotos: Claudio Gatti
Manoel França alugou a casa por R$ 800 por mês para os seqüestradores: “Não desconfiei de nada”, afirmou. “Pela primeira vez me pagam o aluguel em dia”
Não foi a primeira vez que o empresário sofreu seqüestro na família. Em 1992, sua irmã Sara Benvinda Soares ficou 15 horas nas mãos de criminosos. Graças à inexperiência dos seqüestradores, Sara retornou à casa sem que a família pagasse resgate. Desta vez, porém, Silvio garantiu que mudará sua conduta pessoal. Pretende demitir sua equipe de segurança e contratar uma agência especializada para fazer o serviço mais ostensivo. Deve ainda deixar de transitar pelas ruas de São Paulo dirigindo seu Lincoln Continental 1999, blindado, branco com capota verde claro, sem seguranças. Mais. Pode até deixar o Brasil e se mudar para os Estados Unidos. “Não quero sair do País, quero continuar a faculdade, morando na mesma casa”, disse Patrícia, discordando dos planos do pai.
Fotos: Claudio Gatti
“Eu acho que meu pai precisa de Deus. Meu pai não tem Deus. Por isso que ele ficou tão mal enquanto eu não estava aqui. Ele deveria achar outras formas de ajudar esse povo. Não é dando uma casa, tem que fazer mais’’
Silvio Santos está à frente de um grupo de 34 empresas, com 7.400 funcionários. A principal é a Liderança Capitalização, responsável pela Telesena. A segunda é o SBT, seguido pelo Banco Panamericano. O Baú da Felicidade, que já foi o carro-chefe do grupo, está em quarto lugar. Silvio tem também empresas de seguros, distribuidoras de automóveis e uma administradora de cartões de crédito.
O seqüestro começou quando dois homens disfarçados de funcionários dos Correios anunciaram a entrega de uma encomenda na mansão de Silvio Santos. José Izaldino Ramos da Silva trabalhava na portaria e abriu a janela da guarita para receber a entrega. Eles apontaram as duas armas e o renderam.
Meu pai se surpreendeu com a minha força, com o meu Deus. Ele está tremendo na base...’’
Fotos: Claudio Gatti
Silvio Santos, mais relaxado, agora se recupera das crises de pressão alta que sofreu durante as negociações para o pagamento do resgate
Os falsos carteiros falaram, em seguida, num rádio com outros seqüestradores, que estavam em um Corsa prata, com placa DCD-2295, roubado no último dia 8, nas vizinhanças da mansão. O carro se aproximou assim que os falsos carteiros tiveram acesso ao controle automático do portão da mansão. Os outros quatro seqüestradores esconderam seus rostos com máscaras escuras e entraram na garagem, com o Corsa no pátio da casa, onde Patrícia costumava sair diariamente naquele horário para ir estudar. “Não deu tempo de reagir. Na hora, só pensei em não morrer”, conta o segurança José Izaldino.
Me senti no filme A Vida É Bela porque a guerra estava acontecendo e eu estava bem ali’’
Monica Zarattini/AE
Marcelo (à frente) e Esdras: o primeiro confessou o crime e entregou o amigo, preso em sua própria casa com armas, uma biografia de Silvio Santos e uma Bíblia queimada
SEPARADO HÁ UM MÊS Os quatro homens renderam outros funcionários da casa, equipados com metralhadoras e até um fuzil. Eles levaram a jovem no seu próprio carro, um Passat azul importado, de placa LOE-0053. Silvio Santos ficou sabendo do seqüestro da filha por telefone. Estava num flat em outro bairro da capital, e foi avisado pela mulher, Íris Abravanel, de quem está separado há um mês. O Corsa foi abandonado na mansão e serviu de ponto de partida para as investigações. Duas digitais foram encontradas pela perícia e um retrato falado de um dos seqüestradores foi feito. Uma Cherokee preta também foi usada no seqüestro e foi encontrada no outro lado da cidade.
Tatiana Constant/AE
Sara, irmã do Silvio Santos: foi seqüestrada em 1992 e encontrada pela polícia 15 horas mais tarde sem pagamento do resgate
Silvio Santos não hesitou em telefonar para o secretário de Segurança do Estado, Marco Vinício Petrelluzzi, para pedir ajuda. Imediatamente, o secretário acionou a delegacia Anti-Seqüestro e o delegado Wagner Giudice, responsável pelas investigações, passou a tarde na casa de Silvio Santos. A polícia fez um levantamento de empregados e ex-funcionários da casa e verificou que pelo menos 15 trabalhadores, entre guardas, serventes e copeiras, foram demitidos da casa nos últimos doze meses, embora um grande número deles sejam antigos. A história do seqüestro de Patrícia Abravanel impressiona pela ousadia dos bandidos, que invadiram a casa de um dos homens mais queridos do Brasil. Mas, ao final de sete dias tensos, permitiu que os brasileiros se reencontrassem com o simpático sorriso de Silvio Santos.
Com Cássia Dian e Marina Monzilo
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Guarda Civil prende supostos sequestradores em Cotia
28/08/2001 - 12h12 A GCM (Guarda Civil Metropolitana) prendeu na noite de ontem dois supostos sequestradores na região de Cotia, na Grande São Paulo. A GCM acredita que o local serviria para pagamento de resgate. Conforme a CGM, um dos presos foi encontrado no final de uma trilha, sinalizada com cal. O suspeito carregava um rádio HT e dois morteiros. No local, houve troca de tiros com três homens encapuzados. As informações foram passadas para a Deas (Delegacia Anti-Sequestro), que apura uma possível ligação dos dois presos com o sequestro de Patrícia Abravanel, 24, filha de Silvio Santos. Até momento não há informações oficiais. A ação da polícia ocorreu por volta das 22h30 em um matagal próximo ao km 39 da rodovia Raposo Tavares. . Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u35855.shtml ______________________________________________________________________________________________
Matagal de Cotia serivia para pagamento do resgate, diz Guarda
28/08/2001 - 16h15 A trilha encontrada na noite de ontem pela Guarda Civil de Cotia, na Grande São Paulo, serviria para o pagamento do resgate, segundo o comandante da guarda, José Eduardo Prado. Conforme Prado, os dois suspeitos detidos no local teriam participação no sequestro de Patrícia Abravanel, filha de Silvio Santos. "A informação que eu tenho é de que eles [presos] confessaram participação. Porém, como está sendo feita a investigação sob sigilo, não tenho mais dados", afirmou. A trilha foi descoberta pelos guardas civis, que desconfiaram de uma marca de cal feita no chão. A marcação levou até uma área onde os guardas apreenderam garrafas de água e cordas. Houve troca de tiros com um grupo encapuzado que estava no local. "Suponho que o local serviria para o pagamento do resgate. Apreendemos objetos que poderiam estar relacionados. Foram encontradas garrafas cheias de água, corda, sacos plásticos. Esse material foi recolhido e enviado para a Polícia Científica", disse o comandante. Com um dos presos, que estava em uma bicicleta, os guardas encontraram um rádio HT e dois morteiros. O ocupante de um Uno que estava nas proximidades também foi detido. "Eram três ou quatro encapuzados. Eles trocaram tiros com os guardas e fugiram", disse Prado. Guardas que participaram da ação estiveram hoje na Delegacia Anti-Sequestro. No entanto, a delegacia nega que os detidos também estejam lá. Nenhuma informação oficial foi dada até o momento por parte da delegacia. A polícia já teria o retrato falado de um dos sequestradores de Patrícia Abravanel. . Fonte: http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=991228055142545090&postID=6715708994894633972

domingo, 2 de setembro de 2012

PASSEATA PELA PAZ.

Em meio ao protesto contra violência, o debate sobre a pena de morte


Diante de mais um crime que tirou a vida de jovens de forma brutal, o apelo popular novamente traz à tona discussões sobre punição mais severa a criminosos, principalmente assassinos, incluindo a defesa de prisão perpétua e pena de morte, que não são permitidas na lei brasileira. Sem conter o choro da dor de ter perdido o filho de 19 anos para a violência, o pai de Leonardo Batista Fernandes declarou na manhã de hoje, durante passeata na Afonso Pena, que é a favor da pena de morte.
“Eles mataram meu filho, mataram outras pessoas, e muitos estão soltos, quem aqui deseja a pena de morte no Brasil levante a mão”, disse em alto e bom tom Paulo Roberto Fernandes, minutos antes de começar a caminhada pelos altos da Afonso Pena, nesta manhã.
O comentário daquele pai veio seguido de aplausos e um mar de mãos levantadas. “A impunidade no Brasil é certa”, afirmou o primo de Leonardo, Paulo César Batista Nunes da Cunha, de 20 anos, que estava com as vítimas no bar 21 até poucos minutos antes dos jovens serem sequestrados.
O movimento que levou cerca de 2 mil pessoas às ruas em protesto contra a violência relembrou outros casos de jovens assassinados na Capital. A tia de Jefferson Bruno Escobar, o Brunão, acompanhou a passeata nesta manhã e, após um ano da morte do sobrinho, ela confessa que não acredita em Justiça.
“O assassino dele está solto, em casa. A Lei diz que ele não pode ficar na rua depois das 22h, mas quem está cuidando?”, questiona Elaine Cristina Gonçalves, 44 anos. Brunão era segurança da Valley Pub e foi morto durante uma confusão com Cristhiano Luna de Almeida, 23 anos, depois que tirou o rapaz do bar.
 

A falta de credibilidade da Lei brasileira é nítida nos depoimentos, tanto de cidadãos leigos quanto de autoridades do Judiciário. Na manhã de hoje, o juiz Odilon de Oliveira prestou solidariedade à família na passeata e falou sobre seu posto de vista em relação ao Código Penal.
“Não acho que a pena de morte seja a solução, mas aposto na prisão perpétua, no isolamento do indivíduo da sociedade, pois tem gente que não se recupera, que vai cometer delito toda vez que estiver em liberdade”, pontua o juiz.
No ponto de vista de Odilon, o sistema penitenciário está em total defasagem e é uma escola para bandidos. “As polícias estão sucateadas, a Justiça anda para trás, é na prisão que os bandidos se sentem seguros e até comandam crimes”, aponta.
Outra crítica que o juiz faz é sobre os bens confiscados de crimes. “Os produtos apreendidos geram uma fortuna, mas a Justiça não sabe administrar, deixam os pátios lotados de veículos, ao invés de fazer isso gerar dinheiro para manter os presídios”, comenta Odilon.
Para o desembargador do Tribunal de Justiça Eduardo Contar a pena de morte vai contra princípios da vida e não resolveria totalmente o problema. “Mas inibiria”, contrapõe. Acompanhando projeto de Lei que está em trâmite no Congresso Nacional, ele acredita que o Código Penal precisa dessa revisão e de mudanças.
“Acho que a principal mudança a ser feita é sobre a forma como a Lei é executada. Se o cara pegou 30 anos de prisão, então terá que pagar cada dia da pena. Os bandidos sabem das brechas e se aproveitam disso”, enfatiza o desembargador.


As discussões apontam visões diferentes, uns são contra a pena de morte, acham que não se acaba com a violência de forma também violenta, outros acreditam que em certos casos a punição severa é a solução.
Mas em meio a tantas denúncias, fica o questionamento de como prevenir a violência. Enquanto alguns apostam na segurança pública, há quem acredite em outros princípios. “Tem que investir na família, é isso que está faltando na vida das pessoas”, diz o empresário Bruno Damus, de 29 anos, que acompanhou a passeata por comoção e solidariedade, apesar de não ter conhecido as vítimas.
Para o juiz Odilon de Oliveira, a educação também é uma base importante. “A educação no Brasil é fraca, não recebe investimento”, acredita. Segundo o juiz, a criminalidade no País aumentou 112% em 2012.

 Fonte: Campograndenews

 

 

Portaria Nº 48 - autoriza as GMs do Brasil a acessar o INFOSEG


Ministério da Justiça Secretaria Nacional de Segurança Pública

PORTARIA Nº 48, DE 27 DE AGOSTO DE 2012



MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA
DOU de 29/08/2012 (nº 168, Seção 1, pág. 41)
A SECRETÁRIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA, no uso das atribuições, que lhe confere o inciso X do art. 12 do Anexo I do Decreto nº 6.061, de 2007 e o art. 40 da Portaria nº 1.821, de 13 de outubro de 2006; considerando que os municípios integram o Sistema Único de Segurança Pública, sendo-lhes garantido o direito à implantação de Guardas Municipais, nos termos do art. 144, § 8º, da Constituição Federal; considerando que compete à Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP / MJ, estimular e propor aos órgãos estaduais e municipais a elaboração de planos e programas integrados de segurança pública, objetivando controlar ações de organizações criminosas ou fatores específicos geradores de criminalidade e violência, bem como estimular ações sociais de prevenção da violência e criminalidade; considerando que o acesso a dados e informações de segurança pública são indispensáveis à formulação desses planos e programas, resolve:
Art. 1º - Estabelecer que a adesão de municípios à Rede de Integração Nacional de Informações de Segurança Pública, Justiça e Fiscalização - INFOSEG, será disponibilizada anualmente pela Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP, no período de 1º a 30 de setembro, e será regulada por esta Portaria.
§ 1º - A parceria se dará por meio de Convênio, nos termos do art. 2º do Decreto 6.138 de 28 de junho de 2007, e permitirá o acesso pelos guardas municipais a dados de indivíduos, Carteira Nacional de Habilitação e veículos.
§ 2º - Apenas poderão firmar o convênio previsto no § 1º deste artigo, os municípios cuja Guarda Municipal tenha na sua estrutura organizacional, uma corregedoria, vinculada a uma ouvidoria externa, ou órgãos equiparados de fiscalização e de controle.
§ 3º - Os municípios que componham consórcios intermunicipais deverão solicitar o cadastramento de suas guardas isoladamente.
§ 4º - O convênio terá vigência de 5 (cinco) anos, prorrogáveis por igual período.
Art. 2º - O convênio previsto no art. 1º autoriza o cadastramento exclusivamente de guardas municipais, em pleno exercício de suas funções e em suas respectivas instituições.
Parágrafo único - Os municípios poderão cadastrar no Portal INFOSEG, até 6% (seis por cento) do efetivo total da sua Guarda Municipal.
Art. 3º - O município deverá indicar um Guarda Municipal para exercer as funções de Coordenador Operacional para o sistema, o qual será responsável pela inclusão ou exclusão dos usuários.
Art. 4º - O servidor cadastrado na rede poderá ter, a qualquer tempo, por razão de segurança do sistema, seu acesso à Rede INFOSEG negado, suspenso, restringido ou bloqueado pela CGAI/ SENASP/ MJ.
Parágrafo único - Compete à CGAI/ SENASP/ MJ, privativamente, manter os registros de acessos e atividades de todos os usuários junto à Rede INFOSEG, promovendo as auditorias necessárias no referido Sistema.
Art. 5º - A celebração de convênio entre a Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça e município, nos termos desta portaria, estará sujeita à aquiescência do Conselho Nacional de Secretários e Gestores Municipais de Segurança Pública - CONSEMS, que se pronunciará por meio de parecer técnico.
Art. 6º - Para firmar o convênio o município deverá, dentro do prazo de até 06 (seis) meses, prorrogáveis por no máximo 06 (seis) meses, a contar da data de publicação do respectivo convênio, dis ponibilizar o acesso pela Rede INFOSEG ao banco de dados do IPTU - Imposto Predial Territorial Urbano cobrado pelo município, o qual deverá conter as seguintes informações atualizadas:
I - Endereço do imóvel;
II - Proprietário Atual;
III - Proprietário Anterior;
IV - Valor Venal do imóvel;
V - Área Construída.
Parágrafo único - Apenas terão acesso a esses dados os profissionais lotados nas Agências de Inteligência dos órgãos de Segurança Pública.
Art. 7º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
REGINA MARIA FILOMENA DE LUCA MIKI