quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Troca do Comando da Guarda Municipal de Campo Grande MS

Contra abusos, MPF recomenda critérios à Força Nacional para revista pessoal

O MPF/MS (Ministério Público Federal) de Corumbá encaminhou recomendação à Força Nacional de Segurança, bem como às Polícias Federal e Rodoviária Federal, utilização de critérios para revista pessoal realizados na região a fim de evitar abusos nos procedimentos.
Conforme o MPF, passageiros de ônibus de linhas regulares da região de fronteira com a Bolívia são revistados sem “suspeitas fundamentadas” sobre tráfico de armas ou drogas.
Ainda conforme o órgão, idosos, adolescentes e até crianças são submetidos a procedimentos padrões executados por policiais. Eles são posicionados de frente a parede, de pernas abertas, e revistados um a um.
Num dos casos, uma adolescente de 16 anos foi obrigada a se despir e ficar “de cócoras” diante de uma policial feminina, no entanto, a suspeita de tráfico de drogas não foi confirmada.
Em resposta a solicitação do MPF, policiais da Força Nacional admitiram que questionamentos são feitos após a revista. E argumentaram: “os traficantes da região se utilizam de todos os meios possíveis para tentar lograr êxito, por este motivo todos os passageiros do coletivo são abordados”.
Em contraponto, o MPF argumenta que os mesmos procedimentos não são aplicados, por exemplo, no Aeroporto de Corumbá.
O ministério recomenda que a revista seja iniciada com procedimentos prévios, menos invasivos, como entrevista, farejamento com cães e busca com utilização de meios eletrônicos.
Em caso em que não for possível a utilização dos mesmos, a orientação do MPF é os policiais tenham “cuidado na abordagem de crianças e adolescentes, que apenas devem ser revistados em situações de suspeita concreta, respeitando sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento”.
Para o MPF, acreditar que todas as pessoas que embarcam nos ônibus da região sejam suspeitas de tráfico de cocaína não é razoável, além de configurar “opinião preconceituosa e equivocada em relação à população que reside e trabalha nesta região de fronteira”.
Ainda conforme o Ministério Público Federal, os órgãos policiais têm trinta dias para informar se acatam ou não a recomendação, esclarecendo sobre as medidas adotadas.

Fonte: Campograndenews

Guarda Municipal da Capital tem novo comandante desde terça-feira

















O prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PMDB), conduziu na manhã desta terça-feira (17) a cerimônia de troca de comando da Guarda Municipal de Campo Grande. Durante o evento o prefeito substituiu o tenente-coronel da Polícia Militar, Paulo César Monteiro Ayres, pelo coronel da Polícia Militar, Luiz Altino do Nascimento.

O prefeito destacou o empenho, dedicação e profissionalismo de Ayres à frente da Guarda, lembrando que ele assumiu o comando em um momento especial, quando Guarda passou a ser ocupada por profissionais concursados, que entraram no lugar de prestadores de serviço.

“O meu reconhecimento a todo o trabalho desenvolvido. Ayres sempre demonstrou dedicação, comprometimento e profissionalismo. Quero dar as boas vindas ao novo comandante. Que ele possa se comprometer e ter dedicação para honrar esta farda que representa um trabalho harmonioso”. Trad ressaltou que a harmonia da corporação se deve a personalidade do comandante da Polícia Militar, coronel Carlos Alberto Davi dos Santos, em agregar e colocar a instituição sempre acima do ser humano.

O novo comandante declarou que é um privilégio comandar a Guarda Municipal, o que considera uma nova experiência: “Entendo que pela experiência que já desempenhei na PM posso contribuir efetivamente para a Guarda. Precisa se reestruturar e qualificar para poder se inserir no cenário da segurança e contribuir para a segurança pública”.

Luiz Altino já comandou a Ciptran (Companhia Independente de Polícia de Trânsito), o Comando da Rodoviária Estadual e do Centro de Formação da Polícia Militar. “Evidente que estes anos de trabalho da uma bagagem para integrar a Guarda e fortalecer dentro do cenário na segurança pública.Da PM para a Guarda são cenários diferentes. A função de Guarda é diferente da função do policial. Vou estar contribuindo para cuidar do patrimônio municipal e fazer com que este serviço se desenvolva da melhor forma possível para a população”.

O coronel Ayres vai se apresentar hoje no Palácio Tiradentes, no Comando Geral da Polícia Militar, onde acredita que será designado para uma nova missão. “Saio de cabeça erguida. Deixo toda uma gama de trabalho”. Aires ressaltou que a cerimônia de passagem de comando nesta manhã foi realizada pela própria Guarda, o que, para ele, representa uma identidade própria da instituição. “Assumi na Estação Ferroviária. Em um local que precisava de uma reforma. Hoje a Guarda tem um corpo administrativo. Saio deixando um legado”.

O prefeito afirmou que a troca do comando foi administrativa. Segundo Trad a cedência de Ayres não foi renovada porque há outra missão para ele dentro da Polícia Militar. O prefeito declarou que a guarda tem um efetivo de centenas de homens treinados pela PM, que deve se integrar nos próximos dias a corporação, com o objetivo de “manter a harmonia, para que possa garantir a segurança que a população precisa”.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

POLITICA 2012


Viver em sociedade significa existir, simultaneamente, em esfera pública e privada, além de ter direitos e deveres para com estas categorias. Fazer uso aleatório, sem qualquer regulamentação, destas esferas (ou do que faz parte delas) causa danos a diversos arranjos que asseguram o bom funcionamento da vida individual e coletiva, além de danos à confiança nas instituições que existem para regulá-las.

Separando o joio do trigo: a arquitetura dos sistemas

Sobre a arquitetura dos sistemas, consideremos, em primeiro lugar, que a política possui três dimensões interdependentes:
·                      a polity (regras do jogo político),
·                      a politics (a competição política; o próprio jogo), e
·                      a policy (políticas públicas; o resultado do jogo).
Portanto, boa parte do que se pensa sobre política precisa passar por este filtro classificatório. Atores políticos se comportam de maneira bastante diferente quando enquadrados em cada uma destas dimensões e, muitas vezes pela falta de esclarecimento a respeito da parte que não opera corretamente, corre-se o risco de se fazer avaliações equivocadas sobre os fatos.

Ninguém está acima da lei: a questão da confiança

No Estado Democrático de Direito, nenhum indivíduo pode estar acima da lei. No entanto, já dizia Marshall que, embora os homens sejam iguais em status – direitos e deveres –, jamais serão em poder. Este poder a que ele se refere é o propiciado pelo mérito, a ascensão social por meio do trabalho num contexto de livre mercado.
Mas uma coisa é a arregimentação de poder por meio de vias legais, outra é a arregimentação de poder por meio de conduta e práticas espúrias, o que acende discussões normativas e a respeito da manutenção de princípios éticos na política. Num contexto em que existe um relaxamento da responsabilização e das punições para aqueles que cometem infrações contra a ordem pública, seja no aspecto normativo ou moral, a política e suas instituições acabam por ficar desmoralizadas e desacreditadas.
Exemplos de fatos ocorridos durante o ano que contribuíram negativamente com o descrédito das instituições foram:
·                      a desmoralização, pelo próprio governo, da Comissão de Ética Pública, que sugeriu a saída de Carlos Lupi do Ministério do Trabalho, mas não foi considerada;
·                      a não cassação, pelo Parlamento, do mandato de Jaqueline Roriz, que recebeu dinheiro de Durval Barbosa. Jaqueline pediu a rejeição do parecer do Conselho de Ética sob o argumento que não exercia nenhum mandato quando o fato foi consumado; e
·                      a não validação do Ficha Limpa.
Afirmar que a sociedade não se esforça para “não demonizar a política” seria um erro, posto que os cidadãos procuram, ao menos, aceitá-la como é – considerando as imperfeições das instituições e a realidade da arquitetura do sistema político, também uma arena em que vale “quase tudo” para se manter no poder ou difamar, sem um argumento verdadeiramente producente, aqueles que estão no poder.
O que a sociedade não aceita é ausência de responsabilização daqueles que ferem princípios democráticos e republicados, permanecendo sem qualquer punição. Os mais politizados se perguntam ainda, entre outras coisas, por que a “faxina ética” precisa ser realizada pela imprensa e por que a atuação do governo é reativa e não ostensiva contra o próprio mal que lhe corrói. A impressão que se tem é que os comandantes dos altos postos administrativos deste país alienaram seu compromisso com a transparência e com as punições.
Afora as considerações acima, pesquisas realizadas pelo cientista políticos José Alvaro Moisés (USP) apontam que o grau de confiança em pessoas do núcleo privado é muito maior do que em relações interpessoais do núcleo público, bem como em diversas instituições representativas do regime democrático. Apesar de os dados corresponderem ao ano de 2006, são válidos para a reflexão da conjuntura porque apontam para uma tendência do comportamento social.
Neste ano, em resposta à conduta dos homens públicos e o funcionamento das instituições públicas, foram realizados inúmeros protestos que levantaram a bandeira contra a corrupção e a impunidade, e que reclamaram um melhor funcionamento ou a extinção de determinadas instituições. Os grupos – muito deles organizados na internet –, supostamente sem qualquer vinculação partidária, reuniram-se em diversas regiões, ora com um grande número de participantes, ora com baixíssimo número.
Apesar das boas iniciativas, as manifestações ocorreram mais de maneira espasmódica. Em um novo modelo de organização, carente de lideranças bem definidas, os grupos apareceram um tanto dispersos, muitos deles sem uma plataforma de atuação ou projeto mais bem estruturado.  Em suma, apareceram com uma força muito menor do que aquela que originou a Primavera Árabe – a mobilização social iniciada na internet que desencadeou uma série de reformas políticas em países do Oriente Médio e da África.
Que venha 2012.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

MOTIVACIONAL

Seja qual for a capacidade de liderança de um empreendedor, sempre dá para melhorar. O começo de um novo ano serve de incentivo para se sair da zona de conforto da mesmice e confrontar-se com as mudanças. É o momento propício para se fixar novas metas e objetivos e até mesmo para estabelecer novos padrões de comportamento.
Sabemos que liderar é fazer as coisas através das pessoas. É muito fácil comprar o tempo e a presença física de um indivíduo num posto de trabalho; difícil é conquistar o comprometimento da sua alma com a empresa e sua missão. Para isso contribui muito a forma com que os líderes se relacionam com a equipe.
Muitos empresários queixam-se de que os negócios não crescem devido ao “apagão de mão-de-obra”. Terceirizam a culpa à inoperância de nossos governantes. Alegam que funcionário devotado está tão raro quanto mico leão dourado, que só é encontrado em cativeiro; que o que mais aparece nas entrevistas de emprego é “funcionário banana” que “não quer nada com nada”. Será? Então, por onde começar? Gandhi, o revolucionário sem violência, sabiamente aconselhou que “nós devemos ser a mudança que queremos ver no mundo”.
Toda moeda tem dois lados. Se pararmos para escutar os “bananas”, eles aumentarão o caldo da salada de frutas das empresas, dizendo que o que mais tem é “empresários abacaxi”, destituídos da capacidade de treinar, motivar e se relacionar com a equipe. Sendo assim, uma grande meta na esfera profissional e pessoal para 2012, bem que pode ser melhorar as relações com os colaboradores.
Somos influenciados por nossas vivências e personalidade, mas não controlados por elas. É possível que seja necessário inicialmente um grande esforço para mudar o velho hábito de se queixar, criticar e condenar os subordinados, mas é compensador pelo retorno.
Os psicólogos observaram que entre as necessidades básicas dos seres humanos estão as de segurança, valorização e relevância. E essas, quando satisfeitas, levam as pessoas a agirem de modo totalmente diferente. A maioria de nós tem mais potencial do que um dia poderá vir a desenvolver. Geralmente, o que nos impede é a coragem. Um líder habilidoso pode fornecer este importante catalisador.

(*) Soeli de Oliveira é consultora e palestrante nas áreas de marketing, varejo, atendimento e motivação